quinta-feira, 17 de julho de 2008

peregrinação...





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Parti para Roma, queria aprimorar a língua italiana. Sou formado em um cursinho de italiano. Quando cheguei na cidade, era tudo tão lindo. Fiquei extasiado. Fui direto para o apart-hotel em que me hospedaria, junto com um brasileiro, um italiano e um inglês. No primeiro dia de aula, foi tudo muito tranquilo. Eu estava em clima de festa, de conhecer pessoas, de me divertir. Voltamos ao apart-hotel, eu e meus amigos que citei anteriormente. Decidimos nos arrumar ir à uma boate bem famosa na capital. Tomei quatro energéticos Red Bull para tentar suprir a falta do LSD, que tanto usava em Brasília. Me vi dançando a noite inteira. A partir de um momento, não resisti e fui atrás de um microponto de LSD. Fiquei satisfeito. Percebi que a cidade era uma putaria, do jeito que eu gostava. A festa acabou às quatro da matina, mas não tinha acabado para mim. A psicodelia dançava na minha cabeça, não me deixava parar. Voltei ao apart, peguei a bicicleta e pedalei sem rumo por Roma. O efeito não tinha parado nem quando voltei e tentei dormir. Estava enlouquecido na cama quando senti uma coisa quente em cima do meu peito, como se apertasse meu coração. E tive certeza, naquele momento que era a mão de Deus. Ouvi claramente Ele dizer "Tire seu tênis e caminhe até o Vaticano. Leve consigo 20 euros, mas não gaste. Leve uma garrafa vazia de água, mas só encha-a nas fontes de Roma. Peregrine.". Acordei meu amigo de quarto, e percebi que ele estava possuído. Quem estava ali era Lúcifer. Coloquei a mão sobre a cabeça dele e disse "Sai, demônio! Esse corpo não te pertence!". Meu amigo levantou de um susto, e, pude então dizer que iria ao Vaticano. Saí de cueca samba-canção e descalço pelas ruas, não via ninguém a não ser a calçada. Só caminhava e caminhava. E ouvia Deus me dizer para não desistir. Vi o sol nascer, e começou a ficar escaldante. Enchi minha garrafa de água, bebi. Nessa hora, uma mulher se aproximou e tive a plena certeza de que era um anjo, um anjo em forma de mulher. Ela me disse "meu filho, acredite e vá", me deu as costa e saiu. Naquele momento eu tive certeza da presença d'Ele na minha vida. Caminhei mais um pouco e parei na frente da casa de uma senhora, a olhei nos olhos e vi que era uma pessoa muito boa. Quando estava na rua, eu tinha como perceber que estava ou não estava possuído. Os bons me olhavam profundamente nos olhos, já os maus, sequer levantavam a cabeça para falar comigo. Pois, esta senhora me deu roupas. As vesti e continuei no meu caminho até encontrar uma igreja. Entrei afoito e subitamente procurei o padre, sem saber ao certo o que falar para ele. Mas eu sabia que nem o padre nem ninguém poderia me ajudar naquele momento. Somente Deus poderia. Decidi descansar um pouco no tapete da igreja, quando fui chutado por um coroinha que me mandou para fora, mas antes eu só repetia que queria falar com o padre. Ele não tinha outra opção a não ser me chamar de louco. Logo em seguida disse que hoje era um dia triste na igreja e que o padre estava muito ocupado. Quando olhei para a porta da igreja, entrava um caixão com um defunto e um grupo pequeno de pessoas chorando. Coloquei a mão sobre o ombro de uma senhora e disse "não há porque haver dor". Por um momento, naquela peregrinação toda, me senti Jesus. Foi a pior coisa que me aconteceu. Mudei de idéia, continuei caminhando, pedindo água para as pessoas e elas me olhavam com muito nojo. Passei por um posto de gasolina e uma moça me ofereceu um par de havaianas (sim, eram havaianas mesmo, número 35 para um pé 42. melhor do que nada.). Aceitei e entreguei 15 euros para ela em gratidão. Chegou uma outra moça e perguntou se eu não pagaria ela também, já que ela que tinha pedido para a outra moça entregar as havaianas. Entreguei os cinco euros que me restavam e a única coisa que senti foi piedade de duas pessoas se aproveitando de mim. Eu sabia que uma ambulância estava me seguindo, e os outros garotos da escola também. Eu sentia meus pés borbulhando cada vez mais e pedia água para muita gente (já não havia mais fontes perto de mim). Uma dessas pessoas era um homem cego. De primeira ele negou que tinha, mas depois que soube da minha fé e de onde eu gostaria de ir descalço, ele me entregou uma garrafa de dois litros cheia de água. Nessa hora, Deus voltou a falar comigo: "chega, você já sentiu na pele o que você seria se não tomasse um rumo na sua vida. Não precisa ir ao Vaticano mais. Volte para sua casa". Entendi tudo o que ele me disse, peguei seis ônibus e não tinha encontrado o apart. Somente no sétimo desci no lugar certo e sabia que vocês todos estavam me esperando aqui no Brasil. Isso me fez perceber o quanto amo todos vocês e o quanto quero ficar perto de vocês para sempre.
Essa é a minha história, acreditem se quiser.
Vamos, agora, orar um pai nosso.

Camila, leia a bíblia.

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3 comentários:

Unknown disse...

Camila Veríssimo?

Nao...

Mais um pouco vai desbanca um gaucho ae....
Boa história

BJAOO

life 2 disse...

que história!!!!
Assim nos guia, ou nos mostra oq fazer, ou por onde ir... A escolha é nossa...


saudades camila!!!!

Victor "freud" Lobo disse...

histórias...
coisas muito ruins podem acontecer a qualquer hora...
e quando acontecem, mudam nosso modo de ver
é o lado bom das coisas
e surge quando a gente trata as consequências