sexta-feira, 28 de maio de 2010

um breve sorriso.

os olhos abertos, assutados com aquele passado tão sombrio e ao mesmo tempo lúcido: bem ali na minha frente. os motivos para o êxtase perplexo e pasmo já não cabem mais em nenhuma outra cara lavada, afinal, já se passaram tantos anos desde o último sorriso sincero. a saudade evaporou como ácido corroendo carne e o que preenche todos os espaços que ela cabia estão, agora, vazios. o vago olhar do adeus já não atormenta mais, nem mesmo a presença maciça de algo que significou tanto e que hoje são apenas lembranças de um passado escorrido, corrompido. era pra ser tudo tão diferente e ninguém vai dizer o contrário. o avesso virou do avesso e o sentimento continua ali, sem rumo, sem tradução, sem sequer um pedaço dos nós desatados, agora enrugados e cansados, do que éramos nós.