quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

breve.

por todas as madrugadas em alta velocidade, pelos desertos urbanos e os amigos ali, bêbados, cantando, quando me vir em cantos obscuros, sentirei saudade. a minha felicidade quando passo pelas largas avenidas iluminadas, pela imensidão da noite sem saber onde vou parar ou nos vários bares das entrequadras, não vai ser igual em lugar nenhum. me despeço, sem nunca esquecer dessa brasília que enche meu coração de alegria sempre.
até o raiar do dia.
estação 102 sul um dia desses, foto por luã.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

déjà vu.

a rua vazia embalava aqueles laços afetuosos e tão imensos que quase não cabiam em seus braços. depois de tanto tempo já não tinha como comparar mais. havia esquecido como era o beijo, o carinho, o encontro e mesmo que tudo se repetisse da mesma forma que o fora, jamais seria igual. deixou-se levar pelo som flutuante do silêncio, cortado pelo sino de metal do vizinho que entoava com o vento e estava lá propositalmente pois nunca o tinha ouvido antes. nem uma palavra, só um sentimento e uma música aqueciam seu coração e perseguiam suas têmporas n'um ritmo confuso e ao mesmo tempo pacífico que acalmava seu espírito e deixava uma segurança passageira naquele corpo que se perdia no significado da paixão.
depois de um adeus, nunca mais o vira e preferia que tudo permanecesse naquela rua vazia, cheia de paz, cheia de alegria.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

em casa.

a chuva em casa não pára,
são pedro mandou uma nuvem pra cá.
ela só chora, chora, chora.
não vê o futuro que tarda
e que não chega
pra quem quer descansar.

o sol em casa só falha,
o céu fechado não deixa ele entrar.
só faz sombra por cima de sombra,
mas, quando aparece
ninguém entende
que ele só quer clarear.