quinta-feira, 26 de agosto de 2010

perda; perdão.

Sentia um nó na língua. O sabor do Pisco Sauer mantinha aquilo travado. A vista embaçada e abraçada pelo exalar do álcool o deixava cada vez mais consciente de que as luzes do Eixão se formavam em ‘vê’ logo à frente. Não pensava em mais nada. Era como n’um péssimo filme com um péssimo ator; bêbado, de fato. A embriaguez o fazia lembrar de sentimentos que ela não o deixava sentir – Pára o carro, vou sair. Depois da frase, mais silêncio. Ele não dissera nada que a fizesse voltar atrás, a queria longe dali, mas ao mesmo tempo gostaria de ainda sentir o que aqueles belos olhos o faziam sentir. Em seguida, viu-se em um retrocesso de sentimentos inúteis, mágoas amarguradas por um amor mais forte do passado. Nada ali valia a pena mais e deixou-a partir, no meio da avenida mortal e deserta. Ao ouvir o som da porta do carro, percebera o que havia acontecido e num estalar de dedos se deu conta de que o que tinha partido sem sequer dizer adeus era a felicidade que pegara carona.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

everlasting love is a lie.

os olhos afundados em lágrimas destoam o mesmo sentimento de culpa que já era pra ter passado. a porta do armário desenhada precisa de um novo papel de parede e a pasta na gaveta com o pouco que sobrou, deve ser esquecida. preferir ficar muda e surda não é uma boa opção, mas bem que poderia ser quando queremos sumir desse mundo e não lembrar mais uma vez o que significa amor.