quarta-feira, 29 de abril de 2009

quatro minutos.

não é pelas portas fechadas
e tampouco pelas ruas abarrotadas de gente
a minha casa já me deixa à vontade
sem precisar de nada lá fora
talvez o meu gato de volta
o sofá, o chá, sem pensar
nesse ardor suave da tarde
acomodada e pela metade
sem vazio latente.

domingo, 26 de abril de 2009

i <3 poa.

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vou escrever tudo enquanto a memória é fresca.
achei que a última sexta-feira seria normal. aliás, além do normal, uma sexta-feira depressiva. lembro de estar num carro cheio de pessoas que se esmagavam pro conforto chegar, mas ele não chegava. lembro também de uma viagem até um lugar que já me era conhecido com pessoas conhecidas. uma bebida verde enchia a cabeça de amigos e encontrávamos mais e mais pessoas que jamais pensaríamos em encontrar aquele dia. uma garota de cabelo lilás se acomodou na mesa e era como se aquela conversa já enchesse a minha cabeça há um bom tempo. mas era da saudade que estávamos falando. de uma noite depressiva, tudo virou algo feliz. o saudosismo tomou conta do meu corpo e eu me sentia nova, novamente. eu sentia fome todos também. passamos numa lanchonete de tijolos com uma tenda amarela. aqueles lanches rápidos que satisfazem totalmente a vontade de comer. fui em direção a uma mesa quando a simpatia apareceu na minha frente. como era bom vê-lo. lembro das lembranças boas que abarrotavam minha mente e me diziam que tudo tava ficando bom de novo. sentei-me, comi. disseram que ele se virou, olhou pra mim como n'uma despedida branda. deixei passar, a paixão se evita até que ela venha à tona. ainda não cheguei no auge. resolvemos dançar e fomos. um calor infernal, pessoas andrógenas e bissexuais tomavam conta do lugar que fui pela segunda vez. um brinde para saudarmos a noite adentro, dia afora. 3:46am ao som de ready for the floor me lembrei de porto alegre. me lembrei do lucas, me lembrei do beco, me lembrei dos dias que passei por lá. e de como era bom dançar sem se preocupar com o dia seguinte, com o que as pessoas vão achar de você, de conversar na balada sem saber quem é quem. um conhecido passa com alguma bebida, eu dou um golezinho para, pelo menos, 'hidratar'. saí de lá como se tivesse tomado um belo banho de suor. desde porto alegre que não fazia isso. sinto que porto me pertence. sinto que posso viver em paz por lá. se fugir é viver, então estou fugindo.
a volta pra casa foi tranquila e engraçada.
depois disso, nada mais me lembro.

domingo, bandeirante e veka.
não sei direito o motivo, mas adoro estar aqui.
certa de que é a amizade que faz isso.
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terça-feira, 21 de abril de 2009

fabulário geral do delírio cotidiano.

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numa outra estrada caminhei nos dias passados. uma coisa aqui dentro me diz que tudo vai ficar bem. muitas pessoas lá fora me confortam, me querem perto e isso tudo me deixa ainda mais animada com o que vem pela frente. ultimamente nado contra uma correnteza de medos, angústias, frustrações e incertezas. talvez essa correnteza vai ser a mesma a me carregar para a felicidade, talvez ela se chame futuro e me faça perceber que nada é previsível nesse espaço maluco entre o céu e o inferno. e então eu vou saber quando esperar e quando chegar a hora certa de agir.

muito obrigada: veka, nay, kelly, stenio, ader, lucas (aj), cory, yvan, daniel, joão, jim, madruga.
vocês sabem-bem o motivo.

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isso aqui tá ficando sem graça, né?
juro que pára um dia.
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quarta-feira, 15 de abril de 2009

don't linger on.

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que esses dias passem logo. eu não aguento mais chorar por nada, ouvir velvet underground e me debulhar em lágrimas. poderiam ser de crocodilo. como queria que fossem. mas a dor é serena, calma e espero que passageira.

que a maré passe
e seus olhos venham
me abracem,
para o sempre,
como um lindo
enlace.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

vintequatrodotrês: um acaso amigo.

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eu acredito no acaso. acho que os leitores que passam por aqui já perceberam isso muito bem.
há algum tempo vem acontecendo um acaso muito bom na minha vida. não é só mais um coleguismo, uma coisa efêmera. sinto que pode durar muito. sinto que posso confiar, conversar, contar coisas íntimas. é uma coisa que parece ser de anos atrás, que faz falta se ficar longe. acho que encontrei em alguém, que não sabia que era tão próximo e tão comum de mim, uma grande amizade. a comunhão dos pensamentos, a maturidade da conversa, a procura de ambas pela felicidade mais simples nos momentos da vida. as risadas, os papos infinitos e as piadinhas engraçadas.

eu quero que dure bastante.
e que eu não quebre a cara de novo.
e que seja recíproco.

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stolen

yesterday
he threw your heart
in the sea,
far away.

worries
fill out his chest and
just you felt
the pain.

no love, no game.
i'm here with you
and i will

stay.
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sábado, 4 de abril de 2009

valor ao inválido? eu quero é viver.

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um sábado, uma chuva, uma música.

nada disso reflete o que vivi ontem. um show, um garoto, uma felicidade.
a sexta-feira foi um dia de amigos, de se apaixonar, de se sentir bem. e há quanto tempo não me sinto assim? percebi que pessoas são só pessoas até que elas gostem de você e se tornem amigos. e eu me sinto assim, cheia de amigos. cheia de pessoas que gostam de mim, que me valorizam e apreciam minhas medidas, meus pensamentos, minhas tristezas e alegrias.

fui recebida com um sorriso lindo no final de tudo e um abraço apertado que dizia: camila, estou aqui perto de você e te seguro. e ele disse: que bom te ver aqui.

alto lá, não fale assim não. nem no medo vão nos ver ter a vida feliz. mas cansei pois, além disso, nossa estupidez não nos deixou ver quanto gris. ah! essas tuas frases já não ofendem mais. meu quarto e sala já tem um fiador e se você quiser saiba que eu tenho já meu amor.
nem mais sei quem é você que está aqui de mudanças,
só vou lhe deixar aí solidão e lembranças.
vê se vem buscar o que restou aqui de lembranças,
pois já é hora de pôr recordações para fora.

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

tarde.

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a obviedade me consome.
gosto de sentar nos mesmos lugares. na mesma cadeira do café eldorado.
aquele espaço me deixa nostálgica. é lá onde meus pensamentos flutuam sobre o chantilly do frapê que peço. junto com uma cestinha de mini pães de queijo. olho as pessoas apressadas passando na frente daquela galeria agitada. os cheiros se misturam no ar. água com gás, café, camila. me levanto querendo mudar algo em mim, algo que eu nem sei o que é, que me deixa sem saber o que sou, pra onde vou. passeio pela marquise, acendo um cigarro, olho pro céu. as antenas são as mesmas de antes, a foto fica guardada na memória. queria minha câmera ali, naquele instante. onde o sol brilha laranjado no fim de tarde e reflete no chão, no pátio do conic. vou embora, sem foto, sem rumo, com sede. sede de fotografar o urbano, a cidade, as pessoas. captar meus pensamentos. congelá-los.

ai, como queria.
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