sábado, 26 de fevereiro de 2011

Uma vez pensei em morrer – nada muito grave. Naquele dia, o som do telefone era cítrico e amargava os meus ouvidos de uma maneira irresistivelmente insuportável. A fresta da janela aberta deixava passar o vento frio da neve lá fora, e esse mesmo vento batia em meus dentes como aço em vidro. Eu, imóvel, queria morrer. Conseguia pensar somente no quanto a solidão daquela sala (mesmo com a lareira acesa) me esfriava e me fazia desejar ainda mais a mais profunda tristeza e melancolia que bradava dentro do meu peito dizendo: amor, eu te quero perto de mim, para sempre.