quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

o tempo passou, mas continuo bem viva.

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eu tenho vinte e dois anos e não sou formada em nada.
minha mãe diz que eu perco tempo, eu digo que eu quero fazer o que eu gosto e ela não investe. as coisas vão mudar, eu tenho certeza. morro de medo do futuro, de que nada do que eu escolha dê certo. mas se for por medo, eu não vivo.
sinto falta do abraço, do carinho, do apoio.

e se depender dos meus pais, eu vou continuar sentindo falta.
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

porto alegre da saudade.


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eu não vou me esquecer daqueles dias. eles só anoiteciam as oito e meia e deixavam um sol laranja, lindo, enorme no céu. depois vinha uma penumbra colorida que se misturava com o azul escuro da noite. a lua já preparada em grande estilo, aparecia. o verde das ruas, apesar do concreto, se destacava pelas sinuosas curvas das árvores ao longo do caminho. o viaduto, aquele que por muitas vezes não me deixava dormir, mas que eu gostava. a tradição, o chimarrão e os longos passeios a pé até os parques, na chuva fraca, no sol forte, na imensidão do urbano, na companhia da amizade. as festas, os colegas, os desconhecidos que fizeram parte da minha estada, a fumaça que não parava nunca, a música que me fazia rodopiar no salão. os beijos, os bolos, os abraços e os desentendimentos que não vou esquecer. as promessas não cumpridas que me faziam chorar e as cumpridas que me faziam abrir o maior sorriso no rosto. os piqueniques, deitar na grama e olhar pro céu, voar longe no pensamento, na imensidão daquela cidade.

não sei quando volto, mas tenho certeza que volto.
e a águia está sempre aberta.
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sábado, 3 de janeiro de 2009

diretamente do front

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um sábado atípico desde o dia em que cheguei em porto alegre. era pra ser um dia de céu aberto, um sol de rachar e um calor matador. mas o frio tomou conta do dia, e ele se tornou mais cinza do que o normal. às vezes não sei o que acontece comigo. os dias aqui estão bem bacanas, o lucas, a família dele, o cachorro, o ano novo, os colegas. como sempre me deixo levar por um sentimento invisível e chato, daqueles que não batem na porta antes de entrar e acabam bagunçando tudo que vê pela frente. me arrastam e acabam com os meus dias de sol, meu sorriso, minha vontade de sair, dançar, paquerar. não sei se mudo e se um dia eu mudar, vou sentir um alívio enorme no peito. nas noites em que saí por aqui, a melhor foi quarta-feira passada, o dia da virada. conversas ao pé do ouvido, bebidinhas, beijinhos e carinhos. me senti querida, amada, irresistível. depois veio a onda de tristeza. assisti brilho eterno de uma mente sem lembranças me debulhando em lágrimas numa madrugada regada a chimarrão.
se alguém souber o que acontece comigo, me digam. péssima maneira de começar o ano novo, né? mas tenho certeza que passa.

tudo o que eu queria nesse exato momento era meu gato ronronando no meu pescoço.

p.s.: ouçam ready for the floor do hot chip. é uma das poucas coisas que no momento me deixam bem, incluindo as piadinhas do lucas.
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