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
como eu gostava das tardes ensolaradas, a ambulância na rua com a sirene ligada, os carros abarrotando os caminhos da galvão bueno. de quando eu acordava e ele vinha com um pote de sorvete e uma caixa de chocolate me dizendo que tinha lembrado de mim no caminho de volta do trabalho. das noites gostosas que passamos naquele restaurante. íamos todas as quartas-feiras, chegávamos cedo para conseguir bons lugares (geralmente no balcão, onde dava pra ver a cozinha). era o de sempre, o guiozá na entrada e os respectivos lámens. eu pedia caldo de shoyu e ele de tonkotsu, 'big' ainda. dois dragõesinhos. ele me mostrava o tiozinho japonês preparando os guiozás, velho interessante. depois voltávamos ladeira acima pr'aquela quitinete que o cunhado tinha emprestado pra gente numa das viagens dele à europa.
mas o melhor de tudo é que essa lembrança fica apesar do amor ter-se ido. hoje (e tantos outros dias, mas principalmente hoje) tive a certeza de um coração sem amor. sim, o meu coração não possui mais nenhuma gotazinha sequer daquele amor. o tempo desgasta, as revelações aparecem, a vontade diminui e as pessoas mudam. da forma que elas preferem mudar.
de tudo o que vimos, de tudo o que vivemos, o que guardo comigo são lembranças boas como essa citada acima.
e é tudo que quero levar adiante.
só.
hoje é dia vinte.
e só me dei conta agora.
ouçam o novo cedê do wilco, ficadica.
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como eu gostava das tardes ensolaradas, a ambulância na rua com a sirene ligada, os carros abarrotando os caminhos da galvão bueno. de quando eu acordava e ele vinha com um pote de sorvete e uma caixa de chocolate me dizendo que tinha lembrado de mim no caminho de volta do trabalho. das noites gostosas que passamos naquele restaurante. íamos todas as quartas-feiras, chegávamos cedo para conseguir bons lugares (geralmente no balcão, onde dava pra ver a cozinha). era o de sempre, o guiozá na entrada e os respectivos lámens. eu pedia caldo de shoyu e ele de tonkotsu, 'big' ainda. dois dragõesinhos. ele me mostrava o tiozinho japonês preparando os guiozás, velho interessante. depois voltávamos ladeira acima pr'aquela quitinete que o cunhado tinha emprestado pra gente numa das viagens dele à europa.
mas o melhor de tudo é que essa lembrança fica apesar do amor ter-se ido. hoje (e tantos outros dias, mas principalmente hoje) tive a certeza de um coração sem amor. sim, o meu coração não possui mais nenhuma gotazinha sequer daquele amor. o tempo desgasta, as revelações aparecem, a vontade diminui e as pessoas mudam. da forma que elas preferem mudar.
de tudo o que vimos, de tudo o que vivemos, o que guardo comigo são lembranças boas como essa citada acima.
e é tudo que quero levar adiante.
só.
hoje é dia vinte.
e só me dei conta agora.
ouçam o novo cedê do wilco, ficadica.
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